“Os tempos desesperados da
perseguição e da fuga, a emboscada que se adivinhava mesmo a tempo, a rápida
facada na viela, o que se sente depois do assassinato, sentimentos doces e
limpos como os que se experimentam ao renascer, a atenção constante, cada noite
uma morada diferente, a fadiga extrema, as mudanças de identidade: comerciante,
religioso, santo, académico, pedinte, médico, homem sem ocupação, viajante da
insegura estrada das alianças que se trocam por dá cá aquela palha,
compromissos parciais, lealdades traiçoeiras. (Ele sabe que este homem o vai
trair. É imperioso não haver barulho.) Casas seguras que não são seguras. (Ele
sabe que não pode lá voltar esta noite: montaram uma emboscada.)
Ele está seguro em Alamofora. Ninguém lhe pode tocar. Só que a segurança é a mais perigosa de todas as situações.”
Ele está seguro em Alamofora. Ninguém lhe pode tocar. Só que a segurança é a mais perigosa de todas as situações.”
William S. Burroughs - "As Terras de Poente" - 1987
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