“Esperei por Sílvia todo aquele dia
e, como sempre, passei pelos estados de alma que já conhecia do tempo em que
estive sozinho e a procurava por toda a parte. Agora, porém, Sílvia estava
realmente, por todo o lado, e passei o dia muito mais perto dela. A casa, o pátio
e o campo continham uma Sílvia imutável e antiga, em que podia pensar sem
ansiedade nem doçura. Bastava-me sentir e absorver quanto era grande, diferente
e familiar aquela realidade em que ela nascera e à qual, embora debatendo-se
até porque se debatia consigo própria, acabava por pertencer cada vez mais.
Poder dispensá-la, pois chegara a tocar qualquer coisa do mais profundo da sua
presença, libertava-me e saciava-me.”
Cesare Pavese & Bianca Garufi – “Fogo Grande” - 1959
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