"Sala pediu mais rum e Sweep trouxe quatro, dizendo que eram por conta da casa. Agradecemos-lhe e ficámos mais meia hora sem dizer nada. No cais ouvia-se as badaladas lentas de um sino de bordo num barco que se soltava lentamente do molhe e algures na cidade uma motocicleta rugia pelas ruas estreitas, enviando o seu eco colina acima, até à Calle O’ Leary. Vozes levantavam-se e esmoreciam na casa ao lado e de um bar ao fundo da rua vinha o som rouco de uma jukebox. Sons de uma noite de San Juan vagueando pela cidade através de camadas de ar húmido; sons de vida e movimento, pessoas que se preparavam e pessoas que desistiam, o som da esperança e o som da indiferença e por trás deles o tiquetaque discreto, mortal de mil relógios famintos, o som solitário do tempo a passar na longa noite do Caribe."
Hunter S. Thompson – “Diário a Rum” - 1998
Hunter S. Thompson – “Diário a Rum” - 1998
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