26/12/2017
08/12/2017
Final do Jogo
“Mas onde acabávamos mesmo era
nas vias do Central Argentino, quando a casa ficava em silêncio e víamos o gato
a estirar-se debaixo do limoeiro para dormir também ele a sua sesta perfumada e
ciciante de vespas. Abríamos devagar a porta branca e ao fechá-la outra vez era
como se houvesse uma lufada de vento, uma liberdade que nos tomava pelas mãos, pelo
corpo todo, e nos lançava para a frente. Então corríamos para ganhar impulso e
trepar de um salto o muro curto da estação de comboios, e elevadas por sobre o
mundo contemplávamos, silenciosas, o nosso reino.”
Julio Cortázar - "Final do Jogo" - 1954
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