
31/08/2007
27/08/2007
Uma estátua em bolandas
Em reunião recente, as Juntas de Freguesia urbanas de Braga tiveram oportunidade de expressar os seus anseios e ambições a Mesquita Machado. Do rol apresentado ao Presidente da Câmara, a pretensão do Presidente da Junta da Cividade de retirar a estátua de D. João Peculiar do Largo de S. Paulo tem merecido ampla repercussão pública.
O Presidente da Junta da Cividade, Peixoto dos Santos, alega dois motivos principais para justificar a sua pretensão, um de ordem estética, outro de ordem moral: - a escala da estátua não se adequa ao Largo de S. Paulo, ficando “perdida” no meio daquele espaço; - o báculo de forma fálica, desagrada à população em geral e às religiosas que passam frequentemente no local, em particular.
Ao longo do tempo tem ocorrido diversas polémicas em redor de estátuas, monumentos e outra iconografia colocada em lugares públicos. A polémica aparece, invariavelmente, associada à Igreja: - todos se recordam dos casos das pirâmides do monumento ao Papa João Paulo II, da projectada estátua do Cónego Melo, dos painéis heréticos do altar da Cripta do Sameiro e agora a estátua do Arcebispo D. João Peculiar.
Não existindo nenhuma imagem conhecida do antigo Arcebispo de Braga, contemporâneo do rei D. Afonso Henriques, o escultor Raul Xavier deixou a sua imaginação criativa à solta na execução do trabalho. A estátua de corpo inteiro em tamanho real apresenta diversas particularidades, como sejam os traços fisionómicos de “irredutível gaulês”, uma mitra minúscula que mais parece um elmo de guerreiro, as mangas arregaçadas, e com especial destaque o báculo que tem uma evidente forma de pénis.
A estátua foi encomendada pela Câmara de Braga para ser colocada no Largo D. João Peculiar, contíguo à Igreja da Misericórdia e à entrada lateral da Sé Catedral. O pedestal em pedra esteve mesmo colocado no local durante imenso tempo, mas a estátua nunca lá foi colocada. Compreende-se bem porquê.
Qual não terá sido a reacção das autoridades eclesiásticas quando viram a estátua pela primeira vez?...Rapidamente previram a polémica que causaria inserida num dos locais mais nobres e visitados da cidade. Para mais, quando a polémica sobre a estátua do Cónego Melo ainda estava bem acesa. De forma prudente, as autoridades promotoras da estátua decidiram deslocá-la para um local mais discreto.
Como o Largo de S.Paulo tinha sido transformado numa eira, que é a marca registada das intervenções da Câmara nos Largos e Praças da cidade e não havendo no local qualquer adorno ou chafariz foi lá inaugurada em 05 de Dezembro de 2003 a estátua de D. João Peculiar. À parte alguns comentários jocosos e risinhos trocistas dos observadores mais atentos, a coisa não provocou grande alarido.
O Presidente da Junta da Cividade, Peixoto dos Santos, alega dois motivos principais para justificar a sua pretensão, um de ordem estética, outro de ordem moral: - a escala da estátua não se adequa ao Largo de S. Paulo, ficando “perdida” no meio daquele espaço; - o báculo de forma fálica, desagrada à população em geral e às religiosas que passam frequentemente no local, em particular.
Ao longo do tempo tem ocorrido diversas polémicas em redor de estátuas, monumentos e outra iconografia colocada em lugares públicos. A polémica aparece, invariavelmente, associada à Igreja: - todos se recordam dos casos das pirâmides do monumento ao Papa João Paulo II, da projectada estátua do Cónego Melo, dos painéis heréticos do altar da Cripta do Sameiro e agora a estátua do Arcebispo D. João Peculiar.
Não existindo nenhuma imagem conhecida do antigo Arcebispo de Braga, contemporâneo do rei D. Afonso Henriques, o escultor Raul Xavier deixou a sua imaginação criativa à solta na execução do trabalho. A estátua de corpo inteiro em tamanho real apresenta diversas particularidades, como sejam os traços fisionómicos de “irredutível gaulês”, uma mitra minúscula que mais parece um elmo de guerreiro, as mangas arregaçadas, e com especial destaque o báculo que tem uma evidente forma de pénis.
A estátua foi encomendada pela Câmara de Braga para ser colocada no Largo D. João Peculiar, contíguo à Igreja da Misericórdia e à entrada lateral da Sé Catedral. O pedestal em pedra esteve mesmo colocado no local durante imenso tempo, mas a estátua nunca lá foi colocada. Compreende-se bem porquê.
Qual não terá sido a reacção das autoridades eclesiásticas quando viram a estátua pela primeira vez?...Rapidamente previram a polémica que causaria inserida num dos locais mais nobres e visitados da cidade. Para mais, quando a polémica sobre a estátua do Cónego Melo ainda estava bem acesa. De forma prudente, as autoridades promotoras da estátua decidiram deslocá-la para um local mais discreto.
Como o Largo de S.Paulo tinha sido transformado numa eira, que é a marca registada das intervenções da Câmara nos Largos e Praças da cidade e não havendo no local qualquer adorno ou chafariz foi lá inaugurada em 05 de Dezembro de 2003 a estátua de D. João Peculiar. À parte alguns comentários jocosos e risinhos trocistas dos observadores mais atentos, a coisa não provocou grande alarido.
Entendo que é importante reflectir e discutir sobre o espaço público e as diversas opções para a sua ocupação. No entanto, estranho que só agora, passados quase quatro anos da inauguração, o Presidente da Junta
venha expressar publicamente o seu desagrado. Mais se estranha ainda que tenha usado uma imagem do Largo de S. Paulo com a estátua enquadrada para a capa de um folheto editado recentemente pela Junta.

O Presidente da Junta da Cividade, em nome da harmonia do local e dos bons costumes, quer que as autoridades competentes retirem a estátua do local e a recoloquem no Largo D. João Peculiar. A Igreja, pela voz do Bispo Auxiliar D. Antonino Dias, já disse que não quer saber do caso, que “a Câmara é que encomendou a escultura e que a pagou. A diocese nunca foi ouvida”.
Por seu lado, Mesquita Machado além de ter pago com dinheiros do município uma estátua sem concurso, sem critério e sem gosto, ainda afirma à Agência Lusa que desconhece quem é o proprietário da estátua e, com sobranceria, “que não tem tempo a perder com essas coisas”.
Por seu lado, Mesquita Machado além de ter pago com dinheiros do município uma estátua sem concurso, sem critério e sem gosto, ainda afirma à Agência Lusa que desconhece quem é o proprietário da estátua e, com sobranceria, “que não tem tempo a perder com essas coisas”.
Peixoto dos Santos aspira obter um fontanário para substituir a estátua de D. João Peculiar. Esperemos que não receba em troca o chafariz renegado pela Junta de S. João do Souto na mesma reunião com o Presidente da Câmara.
(também publicado na edição de 29/08/2007 do jornal Diário do Minho)
Na sequência da publicação deste texto, o Presidente da Câmara de Braga assegurou ao jornal Correio do Minho (30 de Agosto) que a autarquia “não pagou, não encomendou, nem escolheu a estátua”. Esclareceu ainda que o antigo Deão do Cabido da Sé, Cónego Melo, “é que pode explicar melhor quem mandou fazer e quem a pagou”.
Estes novos desenvolvimentos merecem três comentários:
- folgo em saber que a amnésia de Mesquita Machado foi passageira;
- as novas declarações do presidente da Câmara contradizem completamente as proferidas antes por D. Antonino Dias. Isto é tanto mais grave porque se trata de um alto dignatário da Igreja Católica. Em quem podemos acreditar?;
- definitivamente, as estátuas não proporcionam grandes recordações ao Cónego Melo.
Estes novos desenvolvimentos merecem três comentários:
- folgo em saber que a amnésia de Mesquita Machado foi passageira;
- as novas declarações do presidente da Câmara contradizem completamente as proferidas antes por D. Antonino Dias. Isto é tanto mais grave porque se trata de um alto dignatário da Igreja Católica. Em quem podemos acreditar?;
- definitivamente, as estátuas não proporcionam grandes recordações ao Cónego Melo.
25/08/2007
24/08/2007
23/08/2007
SWATCH - "Lots of Dots"

Mendini desenvolveu trabalhos nas mais diversas áreas – arquitectura, escultura, decoração e cenografia, design (jóias, mobiliário, vidro, utensílios, interiores, etc.)

No “Lots of Dots, Mendini explora as experiências iniciadas em 1978 com a famosa “Proust Chair”, utilizando o padrão pontilhista baseado num pormenor de um quadro do artista pós-impressionista Paul Signac.
O padrão de pontos cobre toda a superfície do relógio, dissolvendo a forma do objecto numa espécie de nebulosa de partículas flamejantes, que dão ao relógio um aspecto mágico e irreal. No centro do mostrador observa-se a assinatura do autor.
O designer italiano recorreu inúmeras vezes no seu trabalho a este tipo de padrão, sendo uma das suas imagens de marca.
Modelo: “Lots of Dots” (GZ 121) – 1991/92
O designer italiano recorreu inúmeras vezes no seu trabalho a este tipo de padrão, sendo uma das suas imagens de marca.

Autor: Alessandro Mendini (Milão, 1931)
Edição: 40.070 exemplares
21/08/2007
Bento Duarte
20/08/2007
Anakeila e Cry Baby

Com uma qualidade geral bastante apreciável, grande diversidade de estilos, técnicas e cores, destacam-se os trabalhos de Isabel Carvalho e de Rui Silva. Por outro lado, o trabalho de André Alves surge um pouco fragilizado, pois a serigrafia não favorece a filigrana minuciosa que é a característica fundamental dos seus desenhos.
Anakeila é serigrafado em cartolina azul clara, em formato A5, inserindo-se na mesma linha das edições da Opuntia Books e dos primeiros fanzines d’O Senhorio.


Na última página é apresentado um texto em colunas e letra de imprensa com ilustrações vintage apontando vários conselhos “úteis” aos jovens esposos e cavalheiros, num registo de ironia e humor próximo das histórias da pilinha do saudoso Zundap.
Dois fanzines muito recomendáveis que podem ser solicitados a christinacasnellie@alfaiataria.org ou alfaiatariavisual@gmail.com.
19/08/2007
05/08/2007
Univ. Minho - na vanguarda da estratégia?

Além da equipa reitoral constituem o Conselho Estratégico (CE), os seguintes elementos: António Carrapatoso (Vodafone), Filipe de Botton (Logoplaste), João Picoito (Siemens), João Salgueiro (Assoc. Port. Bancos), Leonor Beleza (Fund. Champalimaud), Paquete de Oliveira (Provedor RTP), Sérgio Machado Santos (ex-Reitor UM), Carlos Bernardo (ex-Vice Reitor UM e Instituto Ibérico de Nanotecnologia), entre outros nacionais e estrangeiros.
Como estas personalidades ocupam posições de destaque na sociedade e no mundo empresarial podem funcionar como lobby a favor da UM e também como agentes facilitadores de parcerias e colaborações entre a Universidade e as instituições representadas no Conselho. Por outro lado, a agenda profissional sobrecarregada destes elementos impede-os, muitas vezes, de terem a disponibilidade necessária para o seu efectivo envolvimento no CE.
O “think tank” da Universidade do Minho reuniu pela 5.ª vez no final do mês de Julho, num cenário de grande incerteza e instabilidade no ensino superior, com sucessivos cortes orçamentais, “processo de Bolonha”, novo Regime Jurídico, redução do n.º de alunos, aumento das propinas, insucesso escolar e iliteracia, estagnação da economia, ausência de saídas profissionais, etc.
Na sequência desta reunião foi divulgada uma Carta Aberta ao Estado onde, no essencial, se diz que é premente a clarificação do “quadro de apoio financeiro de médio prazo” e o “respeito pelo compromissos plurianuais formalmente assumidos”. Reclamam para as universidades “uma verdadeira autonomia e capacidade de gestão” e “regras de desempenho que não penalizem o sucesso na obtenção de receitas próprias, na redução de custos e na participação em programas internacionais”. Na Carta Aberta refere-se ainda que no quadro do alargamento da UE e da globalização “grande parte das nossas estruturas produtivas não tem condições de sobrevivência”, considerando inadiável uma “maior qualificação dos cidadãos” para que estes disponham de “mais oportunidades e melhor possam realizar as suas aspirações pessoais e profissionais”. Alertam também que a “precaridade e incerteza de expectativas, desencoraja a valorização dos docentes, o aprofundamento dos programas de investigação e o estabelecimento de relações de parceria com actividades empresariais”.
Perante o conteúdo desta Carta Aberta, impõe-se fazer uma pergunta: - será necessário reunir tantos “notáveis” para afirmar aquilo que é óbvio para toda a gente?
(também publicado na edição de 10/08/2007 do jornal Diário do Minho)
01/08/2007
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