27/10/2007

esplendorosa borboleta de sangue

No inicio de setembro de 2005, de repente e sem aviso, o artista que ia expor na Velha-a-Branca cancela a exposição programada para esse mês. Não sendo possível antecipar a exposição seguinte e para a Velha não ficar com a galeria vazia, desafiei o valter hugo mãe para em conjunto improvisarmos uma intervenção que remediasse o imprevisto.
Assim, sem orçamento e com apenas 2 dias para conceber e concretizar o projecto, surgiu a exposição/instalação esplendorosa borboleta de sangue que ocupou a casa entre setembro e outubro de 2005 (o poema permaneceu ao longo das escadas durante bastante mais tempo).
Na altura, o valter preparava-se para ministrar o primeiro curso de escrita criativa, sendo já um poeta e editor com créditos firmados. Desconhecia, no entanto, que o valter era (é) um tipo multitalentoso e criativo, pois além de escrever e editar também desenha, declama e até canta magnificamente.
Há pessoas assim, generosamente tocadas pela mão do génio, e que admiramos e nos enchem de orgulho por sermos seus amigos.
Algumas das minhas influências para esta intervenção/instalação: Jenny Holzer, João Vieira, Laurie Anderson, Peter Greenaway, spoken word, vírus / infecção, portas de WC, Talk Radio – As Vozes da Ira, street art, W. Burroughs, K. Malevitch, Arnaldo Antunes, auto-da-fé, Fernando Calhau, Rui Chafes, Dante, Ana Hatherly, J. Beuys, gótico / austero / orgânico / mutante / transgressor, ideia de obra aberta: uma obra pode estar em movimento, criando a sua própria oportunidade para se alterar, para se modificar e até transformar completamente.
A intervenção/instalação ocupou diversos espaços desde o rés-do-chão até ao segundo piso. No rés-do-chão (ainda não havia a loja), estava gravado nas paredes o compromisso da velha, em forma de poema circular. Ao longo das escadas, no sentido ascendente, o poema às arrecuas escrito pela mão do valter acolhia e provocava os visitantes. Na galeria, a instalação “a angústia da página em branco”, possibilitava a participação das pessoas para escrever, desenhar, rabiscar, registar pensamentos profundos, amarfanhar ou até insultar. Na sala pequena localizada à entrada do piso do Bar estava a instalação “o fogo redentor”.

1. o poema às arrecuas
o poema subindo as escadas indica os caminhos superiores da casa e promete aventuras incríveis. prepara o espírito, não recuses, não te limites, não te assustes; nas fendas destas paredes vivem bichos que te admiram. gostam do teu porte, do teu entusiasmo e inteligência. se tiveres sorte podes ser escolhido para uma noite inesquecível entre bocas e patas, pêlos e agrilhões apaixonados.

2. o poema às arrecuas
o escaravelho de osso, a malvada fera dos buracos, o rastejante das unhas, o voador que fura, a esplendorosa borboleta de sangue, todos serão teus amigos, eufóricos e incansáveis com a intenção de te deixarem feliz. sê, pois, bem-vindo ao patamar dos licores e do jardim, e atenta nas luzes mais discretas, olhos medindo o teu corpo e abandono do teu corajoso coração.
fotos: Maximino Gomes

26/10/2007

Luis Buchinho

Catálogo da Colecção Outono/Inverno 1992/93
Apresentado na 3.ª edição da ModaLisboa realizada no Teatro Tivoli
Ilustrações: Luis Buchinho

24/10/2007

Bee Keeper / Milkshake

Depois do chamado boom da música moderna portuguesa nos anos 80, o início da década seguinte é marcado pelo surgimento de um movimento indie, influenciado pelas sonoridades de bandas como os Sonic Youth, Teenage Fanclub, Weezer, Built to Spill, Yo La Tengo, Pavement, Dinosaur Jr., Pixies, etc., e por uma ética “do it yourself” herdada do movimento punk.
Num tempo em que a edição discográfica estava acessível apenas a artistas consagrados e a valores seguros, os mais jovens sentiam grandes dificuldades para gravarem os seus registos. As bandas nasciam e passados alguns meses logo se desfaziam sem deixar qualquer rasto, o formato digital (CD) estava ainda longe da democratização, o vinil agoniava, as cassetes eram o suporte privilegiado para mostrar e ouvir música.
As bandas que cantavam em inglês tinham dificuldades acrescidas para chegar ao grande público. As editoras de maior dimensão não demonstravam grande interesse em gravar bandas como os Tina & Top Ten, Lesma, Red Beans, Pinhead Society, Toast, Gasoleene, No Noise Reduction, e muitas outras oriundas de locais descentralizados como as Caldas da Rainha, Alcobaça e Castelo Branco.
Neste contexto surge em 1994 o projecto editorial Bee Keeper da responsabilidade de Elsa Pires. Imbuída de um espirito assumidamente amador, no sentido de quem ama verdadeiramente aquilo que faz, a Bee Keeper gravou demotapes de bandas que estavam a começar a despontar, lançou um fanzine, promoveu concertos, estimulou a auto-edição, dinamizou projectos insólitos como a gravação de um disco de versões de uma banda relativamente desconhecida e sem discos gravados, etc. A Milkshake de Luís Futre, associa-se à Bee Keeper na promoção de espectáculos e na prospecção de novas bandas, tendo muitas edições o selo conjunto Bee Keeper/Milkshake.
Cada lançamento da editora possuia um cunho próprio resultante do cuidado artesanal colocado na apresentação e na distribuição que era feita maioritariamente por via postal, havendo sempre um forte envolvimento pessoal em todo o processo. A imagem gráfica da Bee Keeper caracterizava-se pelo uso recorrente dos recortes e das colagens, das fotocópias e dos letterings desenhados à mão, gerando um caleidoscópio de imagens e cores. As edições eram muito limitadas, raramente ultrapassando a centena de exemplares distribuídos num circuito marginal e restrito de melómanos, sem grandes preocupações com contratos, carreiras e ganhar dinheiro.
O sonho terminou abruptamente no Verão de 2002, quando a Elsa faleceu precocemente.
Este texto é uma modesta homenagem a Elsa Pires, ao seu amor pela música e à sua militância.
Segue-se uma tentativa de sistematização do catálogo da Bee Keeper, em inglês conforme a versão oficial da editora, complementada por diversas outras fontes. Algumas das edições não têm número de catálogo definido, e provavelmente existirão outras edições que não estão referenciadas na listagem, pelo que ficará em aberto, sendo sujeita a revisões e acréscimos até assumir uma forma mais definitiva.
· bee001 - Little“i like it if you feel lucky.”, 19’05’’ tape homeplayed, homerecorded in Elsa’s room, xylophone, tambourine. side A: 1. The Lock Ness Monster // 2. It's not // 3. Your guitar // 4. Forever. side B: 5. Dr. Smith // 6. Who loves you. Band: Elsa, Paulo. Edited in 1994.
· bee002 - Icecreamstar - issue one of this fanzine. in english, 52 pages, ren & stimpy, beatnik filmstars, bee bands...
· bee003 - Red Beans - 22 friend songs, 60m tape. punk + experimentalism sometimes.
· bee004 – Radioactive Man / Us Forretas Ocultos - “Slumber Party?” 60m split tape = strawberries and surf guitars.
· bee006 - Yolk / Damage Fanclub – “Happy-Go-Lucky” 60m split tape = spaced with girl vocals and some destruction
· bee007 - Toast – “toast”, 30m tape - angry + sincere, love + hate songs
· bee008 - Mammies & Kids – “pink elephant is gone?”, 30m tape pavement pop, tully craft + smudge covers.
· bee009 - TVT/Mad Crash – “do astronauts fart inside their spacesuits?”, 60m split tape, toy instruments, loops, noises, sampled voices + sounds
· bee010 - Mushroom Revolution – “this is not a candy mountain”, 30m tape, live girl powered songs
· bee011 - Pinhead Society – “have you slept with your tv set (you're looking better)”, 30m tape, sonic punky geniuses
· bee012/milk001 -
Teenagers from outer space – “the do it yourself pop explosion” - 15 portuguese bands on pink vinyl, all bee bands plus others, the 1st 500 copies sold out, this is the 2nd repressing of 300.
· bee013 - REF – “Laurie Love”, 20m tape, drum machine, very touch & go.
· bee014 - Watermelon - the first bee keeper compilation tape. 60m tape featuring all bee bands, a sample of what you can find on each tape, the best way to get to know bee keeper, it's an audible catalog wow. (none of these are on the Teenagers LP).
· bee015 - King Neptune's Favorite Band – “play with me”, 30m tape. songs that make you happy. girl/boy swirly vocals, amazing bass player, Catarina's the coolest guitar girl. Songs: Grey skies blue // Jump to You // Play With Me // 2 Steps From Death. Band: Nuno Ângelo (vocals/bass); Catarina Ângelo (vocals/guitar); Jorge Ângelo (drums); Luis André (guitar).
· bee016 - Marbles – “Sleepytime”. The Marbles were born August 1995, in the city of Montijo, suburbs of Lisbon. At first this project was thought to be a sequence of a before project called Mushroom Revolution. In 1996 the first demo was recorded and entitled Sleepy time. This demo expressed the pop side of the band. Songs: 1. Journey Around Saturn // 2. Face You With a Smile // 3. Strange Person // 4. Quite the Same // 5. Struggle // 6. It's so Sad // 7. My Revolution (bonus track). Still in 1996 a compilation of garage bands entitled “Teenagers from outer space”, was put out and included a track from the Marbles called “Quite the same”. Band: Hermano (vocals); Pedro e Osga (guitars); Glu (drums); Schmitt (bass).
· bee017 - Us Forretas Ocultos“Sweet Classic Dreams”. 26'06" demotape recorded in 1996. side A - 1. It's ok // 2. Did you hear that boys!! // 3. The venus cook book // 4. Be no good. side B: 5. GR-47-80 // 6. Where's Charlie's Dog // 7. Party (sugar tips) // 8. TGV // 9. Improv noise. Band: António Manzarra (guitar/vocals); Renato Feliciano (guitar/vocals); Luís Capinha (bass/vocals); Luís Ferreira (drums).
· bee018 - My Best Nose“?” - 21'24" tape featuring members of ex-Peach Bloom and Velveteen. They have a distinctive + very intelligent sound, this tape changed the face of Bee Keeper. The portuguese Versus. Yellow tape recorded in Latina Europa Estúdios in 1996 by João M. and Luís. side A: 1. Bus // 2. The Cat's Names // 3. I got cable // 4. Madness and Happiness. side B: 5. Indians // 6. Things to do in 5 minutes // 7. The Computer Game. Band: Paulo; Lena; Bruno Durte.
· bee019 - Everground – “Acid Candy” - finally the 1st all-girl band on this label! They're areound 15/18 years-old, play amazingly, Carla has a really powerful voice + tons of energy live. Also a single very soon.
· bee20/milk02 - Supermarket Music/This is not a Damage Fanclub Tribute - Compilation CD with 21 bands. it's a 2 in 1 as the first 10 bands cover Damage Fanclub songs + the other 11 do songs of their own. Come with a 26 page "book". Everything started when we thought about doing a Damage Fanclub record. But, eventually, they broke up and we thought it would be fun doing them a tribute album. Some bands were already doing some Damage covers, cuz they were always a bit carismatic, although we really don't know why. Almost all the bands we talked to liked the idea and we got 10 cover songs. At the same time we heard bands that we would like to have on record, but playing their own musics, and so we ended up with a kind of double CD.
Playing Damage Fanclub covers: JUHX; Toast; Pinhead Society; Bunnie; Us Forretas Ocultos; Gasoleene; Stereoview; More Republica Masonica; Radioactive Man; X-Acto.
Playing their own songs: Dr. Frankenstein; Captain Clown; Acid Flowers; Marbles; Teenage Bubblegum; Jamie; Blister; Velveteen; Timmy's Milk; Alien Picnic; Duendes do Umbigo. Edition of 500.
· bee21/milk03 - Gasoleene - single on red vinyl. 3 songs including a version of Little's Loch Ness Monster sung by Elsa. Handmade sleeves. Edition of 100.
· bee23 - Captain Clown – “Seven superheroes in a pink driven ambulance with their favorite taxi driver” - delicious addictive pop sounds. It's great cuz they have 3 vocalists and their lyrics are always about true stories. Capt. Clown features the brothers of som Mammies&Kids kids.
· bee24 - Alien Picnic – “For heaven's sake” - They're from Castelo Branco just like Captain Clown. Soft pop with tasty boy/girl vocals. That teenage indie pop touch...
· bee25 - Galore – “Take two” - this is the band of my friend Miguel Afonso. Simple songs, a bit too primary sometimes, 3 of these songs rock, the other 3 so-so. The band features a member of Mary Jane.
· bee26 - Blister – “Crumb of happiness” - a total surprise, it's one of those tapes where it's not possible to choose wich song is the best as they're all fucking AMAZING!
· bee27 - Mary Jane - this is the latest Bee Keeper surprise release! A blasting girl quintet, they're the first band to enter the Beehive by mail, this is serious stuff!
· bee30/milk04 – Toast – “Try me” – CD with 11 songs, produced by Rafael Toral, 1997. All songs are hits, it's hard to choose your favorite. Probably "Brightest Star" will be turned into a videoclip and have it broadcasted on Spray. Short 2 minute songs from this charismatic kids.
· bee?? - My Best Nose – “Details of Domestic Life” - 7'' single , co-released with the band - Bee Keeper/Milkshake/My Records. I call their sound distinct cuz they don't sound like any other indie rock band in Portugal. Features members of Velveteen and 3 ex-Peach Bloom members. Edited in 1997, 100 copies on yellow vinyl.
· bee?? - Everground - 7" single by the 4 riot girls Everground, produced by Jorge Imperial, bee keeper/milkshake records, 1997. 100 copies.
· bee?? - My Best Nose – "Thank God For Women And Coke", CD by My Records/Bee Keeper/Garagem. 1997.
· bee?? – X-Acto – “The new child” - 7" single by ataque sonoro/bee-keeper/milkshake. Blue record with the songs "anchor", "new child" and a Embrace cover.
· bee keeper – Jaguar – s/t – 11 songs in cd recorded in 1999. Mens and womens, dance to the beat! This is the result of some experiences Jaguar has tried throughout a year of existence or so. All the members have been “famous” in several so-so half-famous bands. Some songs were recorded at home, on 4-tracks, others at Margem Sul Estúdio, STS Studio and Stage 2 – UNI: hates, loves, desires, peoples, places, mistakes, lives, fornication. When playing live, they sometimes make up the lyrics as they sing along to those groove-box-multi-effect-pedal-organ-fuelled songs. The Jags are: Filipa+João Valente = vocalz, tambourine; Nuno = bass; João Osório + Eduardo = guitarz; Rodrigo = drumming, grooveboxing
· bee?? – The Sullens – 7" single recorded in STS Estúdios in Sacavém. side A: 1. Kerosene // 2. Petrified; side B: 3. Seringa // 4. Nokesh Blues. Edited in Sept. 2000.

21/10/2007

Amanita Citrina - Mosteiro de Tibães - Braga - Outono 2002

19/10/2007

A Europa é feita de cafetarias, de cafés. Estas vão da cafetaria preferida de Pessoa, em Lisboa, aos cafés de Odessa frequentados pelos gangsters de Isaac Babel. Vão dos cafés de Copenhaga, onde Kierkegaard passava nos seus passeios concentrado, aos balcões de Palermo…” - George Steiner

Quando soubemos que a Brasileira comemorava em 2007 o seu centésimo aniversário, sentimos que a celebração desta efeméride, não nos podia deixar indiferentes. Estávamos a festejar um ano especial, uma data que também era, de certa forma nossa.
Este café que tem feito parte e é uma parcela importante das nossas vidas. Que tem sido um espaço privilegiado de acolhimento, de encontro, de aprendizagem, de emoções, de vivências singulares, de afirmação cultural e afectiva. Que é um lugar matricial, onde muitas vezes foi e é palco de episódios que preenchem algumas folhas brancas dos diários das nossas vidas. Tem algo de especial, de diferente, talvez o facto de combinar o “moderno” com o “antigo”, talvez a mistura do cosmopolitismo com o provincianismo, talvez a soma consciente (ou inconsciente) da eloquência com a banalidade, talvez a mistura do inconformismo com o marasmo, talvez a combinação de tudo.
A Brasileira tem sido moldada pelas pessoas, pelos empregados e donos, pelos seus ritmos e rotinas. É geradora de quotidiano, sistematiza os horários e os hábitos, configura o quotidiano, mas ao mesmo tempo, deixa sempre a possibilidade de acontecer o acaso. O peso da idade e a sua “patine”, não nos deixam enganar: - estamos perante um dos corações, perante uma das principais salas de estar da cidade de Braga. Que foi e é simultaneamente, testemunha directa e protagonista, fonte e guardiã de mapas de memórias, de utopias, das pequenas e grandes histórias da cidade, assumindo um incontornável estatuto de referência, um verdadeiro clássico.
Era o motivo e o momento certo para se prestar um tributo, para se oferecer uma mais que merecida prenda. Mas esta iniciativa devia ir mais além das homenagens habituais, das comemorações formais. Deveria ser um projecto paralelo, mais alternativo e genuíno, mais informal, que partisse da iniciativa dos frequentadores da Brasileira.
Depois de várias conversas à mesa do café surgiu a ideia de se organizar um projecto colectivo, em forma de fanzine, de número único. Como condição apenas ficou estabelecido o formato do fanzine e o número máximo de páginas de cada trabalho. Não se impôs limites à forma de abordagem, desde que fosse concretizável num fanzine. O trabalho podia ser individual ou colectivo, ser escrito em prosa ou poesia, ser um desenho, uma pintura, uma banda desenhada, uma fotografia, etc. Podia ser uma opinião, a manifestação de um sentimento, o contar um episódio, etc. sempre algo, que estivesse relacionado, de alguma forma, com a Brasileira.
Assim, foram convidados informalmente alguns frequentadores que marcam a geografia humana da Brasileira. Sem haver o intuito de convidar apenas “artistas”, os convites foram feitos, numa primeira fase, ao nosso círculo mais próximo, depois alargou-se a outras pessoas e aos empregados e donos do café.
Em resposta ao desafio proposto foram realizados vinte e cinco trabalhos originais, que agora apresentamos e constituem um panegírico colectivo, multiforme, fornecendo uma espécie de visão caleidoscópica do café. É um documento que materializa a nossa ligação a este espaço de cumplicidades e é um testemunho da forma peculiar de sentirmos este café, que vai mais além que a simples relação que existe, num qualquer espaço comercial.
Ricardo Fiúza, Set 2007

16/10/2007

Stencil - Braga - Março 2006

13/10/2007

SWATCH - "Gnomania"

O Swatch deste mês é o Gnomania. Este relógio foi lançado em 1997 para os membros do Club Swatch. Assim, quem tivesse aderido ao Club através da aquisição do relógio Garden Turf, poderia adquirir depois, em exclusivo, o Gnomania.
A embalagem especial é feita em cerâmica e tem a forma de cogumelo mágico, um amanita muscaria.
O relógio tem a função “loomi” e vem inserido no interior da embalagem sendo visível o seu mostrador através de um buraco na base do cogumelo.
O mostrador tem as cores do arco-íris e apresenta um simpático gnomo a indicar as horas e o papagaio de papel que segura na mão, indica os minutos. A bracelete surge envolta numa corrente de gnomos de mãos dadas, sendo um deles um pin metálico.

Modelo: “Gnomania” (GZ 901Pack) – 1997
Edição: 19.999 exemplares

09/10/2007

Lançamento de cd_catálogo

A exposição on the other hand / sombra_clara decorreu no Museu dos Biscainhos entre meados de Maio e Junho de 2007. O Museu dos Biscainhos é um palácio setecentista transformado em casa-museu localizado no centro de Braga. Além do traço arquitectónico e dos magníficos jardins, o Museu tem para oferecer aos visitantes diverso mobiliário, pinturas, louças, objectos decorativos, utensílios domésticos, etc., numa montagem que procura ilustrar o que seria a vivência numa casa senhorial dos sécs. XVII/XVIII.
O desafio lançado aos artistas foi conceberem trabalhos específicos que se integrassem no percurso expositivo habitual da instituição, criando novas relações, tensões, narrativas, enfim, que convocassem um outro olhar sobre o Museu.
Com o intuito de editar um catálogo da exposição, documentámos extensivamente todo o evento. A dada altura, constatámos que não seria disponibilizado qualquer orçamento para a impressão do catálogo.
Terminada a exposição, seria decepcionante não ficar qualquer registo do evento, para mais quando dispúnhamos de centenas de fotografias da Joana Pinheiro, diversos textos dos autores, gravações sonoras, etc.
O cd catálogo que agora apresentamos é a nossa resposta à inexistência de orçamento para imprimir um catálogo em papel. Aquilo que, à partida, parecia uma contrariedade inultrapassável acabou por impulsionar um objecto-novo, interactivo, com muitas mais imagens e conteúdos do que os que caberiam num catálogo em papel. O lançamento do cd encerra com chave de ouro este projecto e permanece como testemunho e homenagem a todos aqueles que connosco partilharam este desafio.
A edição é limitada e à borla, como quase tudo o que é bom na vida.

Apresentação dia 12 de Outubro às 22h na Velha-a-Branca - estaleiro cultural (Largo da Senhora-a-Branca nº 23, Braga) e no dia 27 de Outubro às 19h na Cooperativa Gesto (Rua Cândido dos Reis nº 64, Porto).

06/10/2007

Amanita Muscaria - Mosteiro de Tibães - Braga - Outono 2002

03/10/2007

Fast Forward Braga

Vai realizar-se nos próximos dias 19 e 20 de Outubro a 2.ª edição do Fast Forward Film Festival - Portugal organizado pela Velha-a-Branca. Este Festival é a versão portuguesa do evento com o mesmo nome originário de Chicago, realizando-se também uma edição na Irlanda.
O conceito inerente ao Festival é simultaneamente simples, barato e estimulante: é um festival/concurso de curtas-metragens onde os participantes têm que realizar um filme em menos de 24h, em vídeo digital. O filme deve ter, no máximo, 3 minutos de duração, sendo os temas divulgados pela organização no iní­cio do certame. Os trabalhos têm que ser realizados e entregues até ao final do dia seguinte.
A edição anterior do Festival excedeu as melhores expectativas no que toca à adesão de concorrentes e de público, tendo sido apresentados mais de três dezenas de filmes vindos de equipas de todo o país.
Ao contrário de outros festivais de cinema onde as pessoas são meros espectadores passivos do programa proposto pela organização, o Fast Forward desafia-nos para uma participação activa. Os filmes a exibir no Festival são os que forem submetidos ao concurso e serão eles que determinarão o sucesso do evento.
É também um Festival democrático e popular, podendo participar os jovens e os menos jovens, os profissionais e aqueles que vão realizar um filme pela primeira vez, todos em pé de igualdade. A inscrição no festival implica apenas o pagamento de um valor simbólico por cada equipa participante. É também pouco exigente em termos de requisitos técnicos, sendo mais valorizadas as boas ideias e a capacidade de realizá-las rapidamente.
O Festival tem o mérito de incentivar a criação de novas obras e o aparecimento de novos criadores numa área com forte componente criativa e tecnológica. Paralelamente ao Festival realizam-se workshops de edição de imagem e de produção áudio, reforçando as competências técnicas dos interessados e fomentando uma nova dinâmica na área do cinema, vídeo e multimédia. Este tipo de iniciativas contribui para a criação da massa crítica indispensável no quadro da sociedade do conhecimento.
Acredito que só uma população criativa e tecnologicamente evoluída será capaz de atrair investimentos e empresas inovadoras que criarão novos e melhores postos de trabalhos, contribuindo assim para uma maior competitividade e a melhoria das condições de vida.
O Fast Forward é uma das propostas mais interessantes e com maior potencial surgidas em Braga nos últimos anos. Surpreendentemente (ou não), as entidades locais estão alheadas do Festival, sendo a Adobe Systems, uma multinacional sem qualquer interesse especial por Braga, o maior patrocinador do evento.






02/10/2007

Lançamento cd_catálogo

O Museu dos Biscainhos recebeu entre 19 de Maio e 19 de Junho 2007 a intervenção de um conjunto heterogéneo de artistas que se integrou em todo o seu percurso expositivo permanente:

Adelina Lopes, Adriano Faria, Ana Caldas, Ana Pascoal, Bento Duarte, Carla Cruz, Carlos Fortes, Carla Mendes, Franklin Pereira, Helena Cordeiro, Helena Santos, Hugo Calçada, Inês Ferreira, Iva Dias, Joana de Deus, Joana Pinheiro, João Foldenfjord, João Noutel, Manuela São Simão (+ Sem Palco), Micaela Amaral, Miguel Meira, Paulo Neves, Paulo Nogueira, Ricardo Fiúza, Rita Carvalho, Sofia de Carvalho, Teixeira Barbosa, Teresa Luzio, Vânia Kosta e Valter Hugo Mãe.

A inauguração aconteceu no âmbito da “Noite nos Museus” e contou com a participação da Arte Total, Audiência Zero/Sem Palco, Space Ensemble, Ana Taboada, Franklin Pereira, Comércio Justo, Cor de Tangerina, Delta Cafés e Niepoort.

A exposição e os eventos a ela associados foram registados num CD interactivo que vai ser apresentado no dia 12 de Outubro às 22h na Velha-a-Branca - estaleiro cultural (Largo da Senhora-a-Branca, nº 23 - Braga) e no dia 27 de Outubro às 19h na Cooperativa Gesto (Rua Cândido dos Reis, nº 64 - Porto).