“…Dei logo em meter olhos nos que
tinham precedido a minha geração temporal em tais praças de ritmo. Penso neles
quotidianamente, arrepiado. E mais resmungo réquies lembrando a moribundação de
vários companheiros. Vi: grandes mecos da melhor extracção humana rapidamente
sorvidos; contaminação de quem, em vez de fazer vida, deixa que o tempo a
esboroe com vagares dum oceano lamentável devorando o litoral.
De começo, tudo risota e
toca-a-andar. Éramos muito novos e tínhamos as algibeiras cheias de possível –
a única moeda inoxidável pela desvalorização normal.”
Nuno Bragança - "A Noite e o Riso" - 1969
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