05/04/2016

A Ilha

“Continuavam a caminhar em silêncio. Um resmalhar atrás deles fê-los voltar o rosto. Duas raparigas de bicicleta ultrapassaram-nos; as suas roupas coloridas e movimentos ágeis sobressaíram no ar com a vivacidade da vida, as suas vozes alegres foram transportadas pelas asas do vento durante muito tempo. Desapareceram.
A estrada ficou de novo deserta. Essa estrada que seguia sempre a direito atá ao infinito azul de mar e céu, despida, com raras casas à margem, fechadas, aparentemente desabitadas, e aqui e acolá montões de pedras estéreis; essa estrada plana, igual, sem poeira, surda aos passos, predominava sobre todos os impulsos da alma, sobre todos os pensamentos, com a feição de um destino implacável.”
Giani Stuparich – “A Ilha” - 1942

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