24/04/2013

A Confraria do Vinho

"Enchi o copo e fui para o alpendre da frente. Sentei-me na cadeira de baloiço que rangeu e acendi um cigarro. A escuridão não tardou. Mais abaixo uma mãe saía de casa para chamar as crianças para jantar. O lampião da esquina acendeu-se e um cão velho passou por baixo dele no caminho para casa. Os olhos brancos dos televisores brilharam através das janelas do outro lado, com cowboys a correr através de ecrãs, e o tiroteio a estalar no crepúsculo de San Elmo. Uma cidade solitária. Todas as terras do vale eram assim: desoladas, uma decadência mística, enclaves da existência humana, com pessoas agrupadas por detrás de pequenas vedações e frágeis paredes estucadas, barricadas contra a escuridão…à espera."
John Fante – “A Confraria do Vinho” - 1977

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