
O jogo da final da Taça
de Portugal, foi de certeza, o jogo mais penoso para mim, enquanto adepto do SC Braga há mais de 35 anos. Ainda não consigo acreditar no que
aconteceu ontem… Leio as declarações de Sérgio Conceição e fico estupefacto: “Fomos superiores em tudo” – de que é
que ele está a falar??! – com menos uma unidade desde os 15 minutos, o Sporting foi
superior no tocante à posse de bola, número de ataques, remates, cantos, para não
falar na atitude. Ou seja, mesmo em inferioridade numérica, o Sporting foi
superior em todas as variáveis determinantes num jogo de futebol. Então Sérgio,
fala de quê? – Fomos superiores em quê, afinal? Certamente, só pode estar a referir-se
à nossa superior incompetência para controlar e ganhar um jogo, que não podíamos
perder da forma que perdemos. Domingo era o nosso dia.
Avalio o trabalho realizado por
Sérgio Conceição ao longo da época 2014/15 como globalmente positivo, pois pegou
numa equipa desmoralizada pela péssima campanha, que culminou na pior
classificação da última década e praticamente com os mesmos jogadores, atingiu
o 4.º lugar no Campeonato e realizou um brilhante percurso até à final da Taça de
Portugal.
No entanto, não consigo
compreender como mantém um jogador como Baiano a titular: Baiano a atacar nunca
provoca qualquer desequilíbrio, e os seus cruzamentos para a área são inofensivos; mas de um defesa
espera-se, pelo menos, que saiba defender, e Baiano nesse aspecto, é incapaz de
ganhar qualquer duelo 1x1 e quando apanha pela frente um jogador mais dotado
tecnicamente, defende-se a ele próprio, recuando, recuando, até ao interior da área,
com medo de disputar a bola e ser fintado. Enfim, com Sérgio Conceição esta
"pérola" é titular indiscutível.
Salvador Agra é outro caso
inexplicável – eventualmente, teria valido a pena apostar na sua adaptação a
lateral direito, pois muito dificilmente seria pior que Baiano – e com Sérgio
Conceição joga sempre. Baixar a cabeça e correr em frente, faz de alguém um jogador
de futebol? Em quase duas épocas no SC Braga, a única coisa de jeito que fez, foi
marcar um golo ao Benfica, pois tirando isso, tudo o resto é para esquecer.
Colocar Sasso a defesa esquerdo na Final,
não lembraria a ninguém, a não ser a Sérgio Conceição: quantas vezes jogou Sasso
nessa posição, esta época? Com Tiago Gomes (outra preciosidade) e Pedro Santos
no banco, em que estaria Sérgio a pensar, ao colocar Sasso na lateral esquerda?
Alguém ainda se lembra do que aconteceu quando Jesualdo teve igual ideia
brilhante contra o Sporting em Alvalade?
A derrota na Final da Taça de Portugal, nas condições
e circunstâncias em que ocorreu jamais se ultrapassa, nem será esquecida. Por
isso, Sérgio Conceição não terá condições para ser o treinador do SC Braga na
próxima época – a margem de tolerância será zero e aos primeiros maus
resultados (e eles inevitavelmente vão surgir) a contestação será crescente e insustentável,
obrigando a Direcção a trocar de treinador com a época a decorrer e isso
raramente dá bom resultado. Basta recordarmos Rogério Gonçalves e Jorge
Paixão.