21/04/2016
05/04/2016
A Ilha
“Continuavam a caminhar em silêncio. Um resmalhar
atrás deles fê-los voltar o rosto. Duas raparigas de bicicleta
ultrapassaram-nos; as suas roupas coloridas e movimentos ágeis sobressaíram no
ar com a vivacidade da vida, as suas vozes alegres foram transportadas pelas
asas do vento durante muito tempo. Desapareceram.
A estrada ficou de novo deserta. Essa estrada que
seguia sempre a direito atá ao infinito azul de mar e céu, despida, com raras
casas à margem, fechadas, aparentemente desabitadas, e aqui e acolá montões de
pedras estéreis; essa estrada plana, igual, sem poeira, surda aos passos,
predominava sobre todos os impulsos da alma, sobre todos os pensamentos, com a
feição de um destino implacável.”
Giani Stuparich – “A Ilha” - 1942
Subscrever:
Mensagens (Atom)